O PECADO EMBRUTECE

 

               Um dos temas mais importantes da literatura da sabedoria, na Bíblia, é que Deus deu-nos sentido comum para que o possamos usar, e à medida que o fazemos, nós e o mundo beneficiam dele.

                Outro tema desta literatura é que quanto mais nos mantivermos perto de Deus mais capacidade teremos de ver as coisas claramente e de fazê-las bem. Nas bem conhecidas palavras do livro dos Provérbios lê-se: "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria".

                 Não existe nada de novo ou invulgar neste pensamento, porém o que nem sempre recordamos é que um pensamento, como uma moeda, tem duas faces. Se o temor do Senhor é o principio da sabedoria, também deve ser verdade que afastar-se de Deus significará um enfraquecimento do sentido comum e uma perda de capacidade para pensar correctamente e com uma visão clara. Por outras palavras, o pecado obscurece a mente.

                 É fácil esquecer isto, e sem darmos conta cairmos no processo de desinformação do maligno, quando nos incita a pensar que a santidade é um sinal dos idiotas, enquanto que o pecado em contrapartida é dos espertos. Mas não é por acaso que Jesus nos diz que o diabo "é mentiroso e pai da mentira" (João 8:44).

                 Se pudermos com um pouco de esforço resistir aos costumes e às modas da sociedade que nos afastam de Deus, estaremos a fazer um verdadeiro favor a nós próprios.

                  Vejamos alguns exemplos: Tenho de admitir que gosto de um ou dois copos de vinho, especialmente com uma boa refeição. Assim o fez Jesus; "Por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores ? E Jesus respondendo disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos; Eu não vim chamar os justos, mas sim  os pecadores, ao arrependimento" (Lucas 5:31-32).

                   Porém ninguém deveria pensar que abusar do álcool seja uma forma de passar bem. Abusar do álcool, em qualquer tipo de bebida, não têm nenhum sentido, porém os nossos pecados nunca o têm, se não conseguirmos pensar claro. Isto também é verdade com os pecados sexuais. Se o mundo aceitasse os padrões mais simples de Jesus, a epidemia global de doenças transmitidas por via sexual, depressa começaria a diminuir. Todos os países sofrem de muitas formas diferentes como resultado da permissividade que tanto está na moda.

                   Existem muitas outras formas em que os promíscuos sexuais afectam outros que não o são. Penso na jovem cristã que veio ter comigo a pedir-me ajuda, cuja vida tinha sido destruída pela sífilis, e outra cuja vida sofria por ter sido abusada sexualmente pelo seu pai. A nível mundial pensemos nos milhares de bebés inocentes com sida em África.

                   O conselho directo do apóstolo Paulo é: "Fugi da fornicação. Evitai praticá-la. Evitai falar dela. Evitai ser escravos dela. Vivam as vossas vidas com amor, o mesmo amor que Cristo nos dá. Com respeito à imoralidade sexual em todas as suas formas, nem sequer seja nomeada entre vós, porque sabeis que nenhum fornicário ou imundo tem herança no reino de Cristo e de Deus. Que ninguém vos engane com palavras vãs"(1 Cor.6:9).

                    No entanto, vamos deixar para trás os pecados físicos e pensar nos da mente e da atitude, que podem ser ainda mais perigosos. Por exemplo, o ódio e a calúnia enfraquecem o interior das nossas almas, assim como dividem e prejudicam a sociedade. Existem muitos exemplos disso na história recente quando pensamos no anti-semitismo da Alemanha nazi ou nas brutalidades da segregação racial na África do Sul, ou na crueldade da Klu Klux Klan, nos Estados Unidos, ou a horrenda perseguição de cristãos actualmente em todo o mundo pelos diferentes extremismos.

                    Debaixo de tais circunstâncias ninguém ganha, e todos perdem, porque tais pecados embrutecem, cegam os olhos e atormentam as nossas mentes.

                    A falta de honestidade abunda na sociedade, por conseguinte a honestidade é a melhor política. A verdade é mais simples e melhor que o engano, porque a verdade é consistente em si mesma. A falta de honestidade também nos custa muito dinheiro, porque os preços são substancialmente mais caros para compensar os roubos nos supermercados e lojas, e para pagar os caros sistemas de segurança. Todos pagamos impostos extras para manter em funcionamento as prisões. A qualidade de vida diminui se as pessoas não se sentirem seguras, quer seja nas ruas ou nos seus lares. Mas os ladrões nunca sabem quando podem ser surpreendidos e mesmo que não o sejam, as palavras de Jesus ressoa ao largo dos séculos: "Que aproveita a alguém ganhar o mundo inteiro, se acabar por se perder ?".

                    O facto de alguém se sentir bem na vida deixa muito a desejar em toda a Europa. A Bíblia apresenta precisamente o ponto de vista oposto. Afirma que se a sociedade quer experimentar qualquer classe de ânimo real, terá primeiro que passar por um redescobrimento de valores, ou apresentando-o na linguagem tradicional do Livro dos Provérbios, como: "A justiça engrandece a nação".

                     A fé cristã ensina que é precisamente porque Deus é um Pai amoroso, que Ele  nos dá padrões pelos quais devemos viver, e não só padrões, mas sim também o próprio Filho para que seja nosso companheiro ao largo do caminho da vida.

                      Existem muitas razões para que abramos os nossos olhos aos padrões de Deus e a seu Filho, e não existe qualquer motivo para mantermos os nossos olhos completamente fechados.

                       Pode não estar na moda admitir que a nossa sociedade tem muitas coisas erradas. Podemos admitir ainda menos, que nós também temos contribuído para isso pessoalmente. Porém, podemos ter ânimo, que se dermos a Deus uma oportunidade ele trabalhará por nós, connosco e em nós.

                       Cristo viveu e morreu para nos trazer uma nova vida. Como Paulo disse; um Deus que nos entregou o seu próprio Filho não nos vai negar nada. Tudo o que temos de fazer é desprendermo-nos do nosso torpor e abrir os olhos de novo. A eleição é muito simples. Voltarmos a Jesus ou voltarmos à selva !

 

 

Original: Roy Lawrence, 2007-07, "El pecado te hace estúpido"

 Tradução: Manuel Morais, 2007-07